terça-feira, junho 21, 2016

Análise – Complexidade de associações de estímulos condicionais de “occasion setting” do contexto do uso de droga, com abstinentes de cocaína: Uma interface entre o laboratório e a clínica.

Hoje a postagem é sobre um assunto que, infelizmente, nunca sai de moda: DROGAS.

Nesse caso em específico é um estudo sobre a cocaína, uma das piores drogas que existe atualmente.
Se quiser ter acesso ao texto: CLIQUE AQUI !


No início do texto já nos deparamos com um trecho bem interessante que diz que a cocaína nunca decepciona, não pede nada em troca e não é enjoativa ... não abandona e está sempre disponível. A autora firma que parece impossível que a sociedade consiga um dia se livrar totalmente dos denominados paraísos artificiais. Mas o que são esse paraísos, Thamara? Bom, eu entendo como sendo o efeito que a droga causa ao usuário.
O estudo feito e relatado nesse texto tem como principal objetivo examinar a experiência de um sujeito abstinente da droga e com isso analisar as
associações aprendidas depois do uso da droga e durante o processo da adição.
Para a realização dessa pesquisa foram utilizados tanto animais quanto humanos e todos mostraram algo muito importante que acaba indicando certa tolerância.

A ideia é que esse processo da adição da cocaína possui forte relação com o controle de "occasion setting".

O aumento do consumo de cocaína no nosso país é crescente e dados recentes mostram que as apreensões da droga no Brasil têm apresentado um aumento significativo quando comparadas às de 2001. O número praticamente dobrou em relação a 2015.

Mas vocês sabem qual efeito essa droga causa nas pessoas ? A autora diz que os efeitos lembram bastante a de anfetamina, ou seja, causa euforia, hiperatividade motoro e excesso de prazer. Amantes da série Breaking Bad entendem bem. Rsrs

Essa droga trás efeitos anestésicos, o usuário fica anestesiado e cheio de euforia. O problema está quando a quantidade que o usuário costuma utilizar já não faz mais o mesmo efeito ... e aí, o que acontece ? É necessário aumentá-la. E isso é um ciclo ... a necessidade de cada vez mais droga se torna constante.

Na segunda parte do texto a autora foca mais no consumo de drogas, o que envolve diversos fatores .... Familiares, sociais, religiosos ... Com esse estudo a ideia é de promover uma ligação entre o laboratório e a clinica gerando resultados de laboratórios para a clínica. Para provar sua pesquisa ela utiliza o procedimento denominado bola de neve. Foi necessário conseguir 15 participantes abstinentes de cocaína, somente homens com faixa etária entre 24 e 40 anos.
Foi feita uma entrevista com algumas questões afim de coletar dados para análise,


Achei o texto interessante, porém difícil de ler. Principalmente pra pessoas que não dominam alguns termos da biologia. Fiquei pensando a respeito e me veio uma dúvida : Quem é responsável pela prevenção das drogas?
Existe o CVV que previni o suicidio, Será que não seria uma ideia criar algo do gênero aplicado à drogas ?
Vejo diversas igrejas fazendo campanhas com esse fim, tanto de prevenção quanto de tratamento ... e acho ótimo, inclusive vejo resultados. Conheço pessoas que conseguiram se livra desse vício com a ajuda da igreja.
É algo muito sério e que precisa de atenção.


O Mal-estar na Cultura Livro por Sigmund Freud.

E aí, galera ?
Essa semana o texto foi meio pesado. Vamos falar sobre alguns capítulos do livro "O mal-estar na cultura" por Sigmund Freud. Se quiser comprar o livro  CLICK AQUI !




Esse livro é uma boa opção caso você queira conhecer um pouco mais sobre a psicanálise ou até mesmo sobre a obra de Freud de um modo geral. Para falar a verdade, tirando o assunto abordado no livro em si, não tem muita coisa para abordar. Só lendo para entender.  O livro é um estudo acerca da cultura do ser humano como um todo e como ela afeta a felicidade dos indivíduos.
Acredito que por ser um texto de psicanálise seria melhor ler o último capítulo primeiro, pois é nele que Freud explica diretamente cada um dos elementos citados na obra.


Não sei se todos os livros de Freud são assim, mas este em específico apresenta uma leitura bem complicada. Ao estudar o motivo pelo qual o ser humano tem tanta dificuldade em estar e permanecer feliz o autor revela que um dos principais motivos seria a constituição psíquica do homem. Ele estuda p processo de desenvolvimento cultural que é necessário para que as pessoas consigam viver em sociedade e ele chega a conclusão de que a própria cultura humana faz com que haja uma diminuição na felicidade da pessoa, gerando um considerável e podemos dizer até alienável sentimento de culpa.


É fato de que existe em todo ser humano o desejo de felicidade plena, ou seja, excluir completamente o sofrimento. Isso muitas vezes é procurado, por exemplo, nas drogas. O indivíduo busca a fuga da realidade para se afastar do sofrimento que o dia-a-dia dele gera. Porém é errado, pois a felicidade deve ser vivenciada de maneira a não se distanciar da realidade, até porque o efeito da droga possui tempo limitado. 

No capítulo 2 Freud levanta uma questão que achei bem pertinente, ele diz que a cultura também é responsável pelo sofrimento humano. Mas como assim ? A cultura não é criada para nos fazermos felizes? Sim, de acordo com Freud ela realmente é criada para isso, porém ela pode se voltar contra nós, pois ela pode nos fazer neuróticos e assim é gerado sofrimento. As vezes é necessário que a gente abra mão de nossa felicidade individual para conseguirmos conviver em sociedade e assim, essa atitude acaba gerando felicidade. É meio confuso, mas faz sentido. Quantas vezes você não abriu mão de algo prazeroso para você para não causar desconforto ... sei lá, por exemplo: Você ama ir à shows de axé, mas eu namorado detesta ... Para não ir sozinha e acabar gerando uma briga desnecessária você simplesmente decide não ir àquele show e em troca as coisas entre vocês ficam ótimas, ou seja, essa renúncia à algo que você curte acabou gerando felicidade de alguma uma forma ou de outra.

O que achei mais forte nesse texto foi a desilusão de Freud. Ele fala que o mundo exige tanto do homem e isso gera tanto desconforto e decepções que o indivíduo acaba procurando por entorpecentes, religião, entre outra coisas ... Isso tudo são opções que vemos para aguentar todo o peso das exigências sofridas cotidianamente. E isso é realmente uma verdade.

Conclusão que cheguei ao ler o texto: Atingir a felicidade é beeeeeeeeem difícil, senão impossível, mas não é por isso que devemos esquecer de todo nosso esforça para tentar atingí-la. Temos que nos adaptar a cada situação independente dos fatores. 

CONTINUE EM BUSCA DA SUA FELICIDADE!






quinta-feira, junho 09, 2016

Prevenção do Suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre

O texto dessa semana traz um tema extremamente polêmico e difícil de discutir: Suicídio.

Na verdade esse texto é uma monografia intitulada: “Prevenção do Suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre”, de Patrícia D’Avila Venturela. 
O texto inicia contextualizando a ideia de morte e suicídio aplicado em nossa sociedade nos dias atuais. Logicamente quando falamos de suicidio levantam-se diversas maneiras de julgá-lo. Porém, temos que pensar que essa ação não é algo que ocorre do nada, sem motivo e de uma hora pra outra, ninguém acorda num dia comum e pensa: " Hummm, hoje é um ótimo dia para cometer suicídio!". É muito sério e tem muita influencia comportamental externa e interna e por ser um atentado contra si mesmo a sociedade acaba impondo valores culturais e religiosos acerca do assunto. 
Há relatos de que pessoas que tentam cometer suicídio e não obtêm sucesso se sentem extremamente envergonhadas e com uma culpa enorme. É necessário um acompanhamento psicológico e a maioria dessas pessoas não o procuram. Existem outros artifícios para ajudá-las, por exemplo o centro de valorização da vida (CVV).
Pra quem nunca ouviu falar e não conhece o trabalho desenvolvido nesse centro, mas tem interesse em conhecer CLICK AQUI !




Na verdade o texto não fala sobre o suicídio em si, mas em como podemos prevenir essa ação. Logo no início já é possível refletir bastante sobre o assunto ...
As pessoas que tentam acabar com a própria vida, de certa forma, são consideradas anormais, problemáticas, loucas, covardes, pecadores, por aí vai ... depende do âmbito em que se baseia o preconceito. Não é algo fácil de ser abordado justamente por isso, existem muitas formas de embasamento acerca do assunto e talvez até por isso seja difícil para as pessoas que querem cometer o ato conversarem com alguém, desabafarem e procurarem se sentir melhor e se afastar da ideia de se suicidar. Com isso eles permanecem angustiados, sozinhos, frágeis, incapacitados ... É extremamente frustrante para mim só de pensar, quem dirá para quem tem indícios suicidas. 
É muito fácil julgar o próximo sem olhar pra dentro dele, sem saber o que ele realmente passa. Por que ao invés de julgarmos não podemos estender as mãos para aquele que está precisando? Sem se importar se é seu amigo, familiar, colega de trabalho ... mas sim porque é um ser humano, assim como você, que precisa de ajuda. E é exatamente isso que o CVV faz, um trabalho incrível, inspirador e que não é fácil, não é pra qualquer um. É preciso um preparo para lidar com vidas potencialmente pré dispostas a se matarem. Qualquer coisa errada que a pessoa disser pode colocar tudo a perder.

O texto trás também uma  um estudo teórico sobre o assunto: o olhar sociológico de Durkheim, o olhar psicanalítico de Freud e o olhar humanis de Rogers.

  • DURKHEIM

Durkheim especifica três tipos de suicídio: O egoísta, que é baseado na falta de interação social, o altruísta que seria a morte como única forma de expressão e uma excessiva identificação com a sociedade, e por fim o suicídio anônimo, onde temos o não-reconhecimento de novas experiências, mudançãs no espaço, ausência de leis e integração social.
  • FREUD
Freüd tem sua teoria envolta na ideia de que a causa do suicídio esteja ligada à melancolia, por exemplo a dor da perda de um ente querido ou de algo com muito valor sentimental. De acordo com o filósofo é nesse estado que aparecem sintomas perigosos que podem gerar a vontade de tirar a própria vida e pôr fim a todo o sofrimento.

  •  ROGERS
Rogers baseia-se em conceitos como a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Em resumo nós temos a tendência construtiva dentro de nós, ou seja, buscamos realizações de forma autônoma, já o suicida não consegue enxergar isso e sofre. Com esse misto de sentimentos negativos aparece a ACP, afim de resgatar esses valores.

Fiquei bastante feliz em saber um pouco mais sobre o CVV, pois já tinha conhecimento da existencia do centro, inclusive uma amiga minha fez parte da equipe por um bom tempo e me relatava diversos telefonemas que ela atendia. O Texto só me fez valorizar ainda mais esse tipo de trabalho e me orgulhar dos seres humanizas que se voluntariam em prol de pessoas que nem conhecem. É muito bom saber que mesmo sem receber financeiramente nada em troca muitas pessoas estão dispostas a serem solidárias.

POR MAIS PESSOAS ASSIM NO MUNDO ! 





segunda-feira, maio 23, 2016

Como Conhecemos as Pessoas com as Quais Interagimos

Boa tarde, galera ! 

Hoje vamos falar um pouco sobre um texto intitulado: Como conhecemos as pessoas as quais interagimos.


Quantas vezes você, caro leitor, não viu alguém na rua e o julgou de certa maneira apenas pelo seu jeito de se vestir, fisionomia, intuição ou até mesmo porque seu santo não bateu com o dela?
O julgamento faz parte de nosso cotidiano, nós criticamos e julgamos tudo e todos o tempo inteiro. 

No texto o autor começa com um diálogo com o objetivo de provocar uma série de questionamentos sobre uma interação social. Também mostra como são as primeiras impressões quando conhecemos alguém. Essas impressões derivam de algum referencial que temos seja experiência, preconceito ou teorias, então a partir disso decidimos como agir frente a determinadas situações e primeiras impressões.
Analisando o interesse eu nós mesmo temos em outra pessoa o autor diz que só avaliamos esse interesses depois da percepção. Isso quer dizer que no primeiro contato utilizamos nossos sentidos para perceber a outra pessoa e somente depois dessa etapa é que levamos em consideração uma avaliação mais pautada em nossos valores, princípios, atitudes, esteriótipos e etc. Nós julgamos o indivíduo baseado nos achismos que certas características dele nos remetem sem nem ao menos o conhecermos de uma maneira mais íntima.
O autor dá um exemplo que achei muito interessante sobre como muitas vezes julgamos erroneamente as pessoas...
Ele relata um psicologo social que trabalha em tribunais junto ao juri afim de que todos continuem focadas no que de fato está sendo julgado, ou seja, deixando de lado preconceitos, julgamentos superficiais baseados em esteriótipos, essas coisas... Para que realmente julguem de forma justa e sem influências sem valor. O exemplo apresenta o posicionamento do psicólogo em situações em que a maioria do juri estaria deixando se influenciar por esteriótipos e preconceitos que talvez fossem até manipulados. Assim, o juri facilmente poderia cometer um erro gravíssimo e acabar injustiçando alguém. 


Não se pode analisar apenas características inerentes ao que achamos, vivemos ou julgamos certo ou errado, precisamos de fato conhecer a pessoa. Logicamente somos suscetíveis à errar o tempo todo e principalmente a julgar situações e pessoas, acontece sem sequer que percebamos. Somos seres críticos e a tendência é sempre julgar, porém é necessário que haja a noção de que muita vezes esses julgamentos são falhos.
Esse texto foi bem interessante de se ler devido ao fato de que o autor ilustra cada exemplo de cada caso relatado, isso deixa a compreensão muito mais fácil e clara para o leitor.

Caso tenham interesse de saber mais sobre o assunto segue o link para adiquirir o livro de onde o texto foi tirado: Click aqui!





quarta-feira, maio 18, 2016

Stanley Milgram e a obediência à autoridade.

Bom dia, pessoal ! 


Se você nunca ouviu falar nesse nome é bom saber quem foi Milgram. 
Stanley Milgram foi um psicólogo extremamente interessado em estudar a obediência à autoridade. Ele ficava intrigado com as explicações que lhe davam quando questionava alguém sobre o polêmico assunto holocausto. Ele queria saber o motivo pelo qual as pessoas de comportaram daquela maneira cruel e porque era tão fácil persuadir seres humanos à realizarem esses aqueles atos. Então ele resolveu realizar um experimento para tentar chegas às respostas que tanto almejava.

O experimento de Milgram:

  • Objetivo:
Stanley Milgram estava interessado em saber o quão facilmente pessoas comuns poderiam ser influenciadas em cometerem atrocidades como, por exemplo,  as que os alemães cometeram durante a Segunda Guerra.
  • Procedimento:

Foram recrutados 40 homens com faixa etária entre 20 e 50 anos com trabalhos não qualificados a profissionais. Para que participassem foi pago US$ 4,50 a cada um. No início do experimento, eles foram apresentados para outro participante, que na verdade era um cúmplice de Milgram. Essa escolha era feita através de sorteios com dois tipos de papéis: Aluno e Professor.  Na maioria das vezes o cúmplice acabava sendo o aluno. Havia também um "pesquisador" vestido com um jaleco cinza, que na verdade era um ator. reservaram duas salas do Laboratório de Interação na Universidade de Yale para a realização do processo, uma para o aluno e outro para o professor e pesquisador. A sala do aluno tinha uma cadeira elétrica e a outra um gerador de choque elétrico. A partir daí o cúmplice de Milgram foi amarrado à cadeira com seu corpo tomado por eletrodos e tinha que aprender uma lista de pares de palavras que o professor havia passado e depois iria ser testado pelo mesmo. O professor ia falando o nome de uma palavra e pedindo para o aluno lembrar qual era seu par de uma lista de quatro possíveis escolhas. O professor é o voluntário que foi instruído a administrar um choque elétrico cada vez que o aluno errava e a intensidade do nível de choque aumentava a cada vez que ele errava. Havia 30 chaves no gerador de choque, que variava de 15 volts, considerado choque leve, a 450 , choque grave. O aluno então errava a resposta propositalmente na maior parte das vezes. Quando o professor se recusava a administrar um choque, o experimentador tentava o persuadir para garantir que eles continuassem. Haviam quatro frases para convencê-lo a continuar, e se a primeira frase de estímulo não fosse seguida, o experimentador lia a segunda frase, e assim por diante. Segue abaixo as frases utilizadas:

Estímulo 1: Por favor, continue.
Estímulo 2: O experimento requer que você continue.
Estímulo 3: É absolutamente essencial que você continue.
Estímulo 4: Você não tem outra escolha a não ser continuar.

Se o professor se negasse mesmo depois das 4 frases o experimento era finalizado, mas senão só acabava quando chegasse na voltagem mais alta de choque. Quando terminou o experimento Milgram era chamado como se fosse um auxliar do pesquisador para fazer algumas perguntas ao professor. Por exemplo: O motivo pelo qual ele decidiu continuar mesmo quando escutava gritos de dor do aluno ou quando emitia silencio absoluto.
  • Resultados:
100% dos participantes continuaram o experimento até no mínimo 300 volts e 65% até o mais alto nível de 450 volts. Milgram investigou a personalidade de cada voluntário ... desde infância até o serviço militar, etc. Ele então chegou a conclusão de que a situação influencia muito na atitude a ser tomada e nesse caso do experimento as pessoas sentiam vontade de parar, mas continuavam devido a autoridade exercida pelo pesquisador e a cada vez que o professor queria parar o pesquisador o convencia a continuar e depois de uma certa frequência acabava sendo automática a decisão de ir até o fim.



Se você parar pra pensar por quantas vezes você, ao decorrer da sua vida, fez ou continuou a fazer algo apenas por causa da situação ... Por que seu pai ou sua mãe mandava ou seu chefe. Vivemos muito isso no âmbito escolar. Fazendo um link com o texto sobre a forma de avaliação padronizada que somos submetidos ... A maioria das pessoas não concordam com essa imposição, não concordam com a maneira que o professor decide ministrar e avaliar suas aulas e alunos, mas por questão de respeito e até medo da autoridade dele ficamos calados, não nos impomos e simplesmente aceitamos o que é dito e fazemos o que foi mandado.
Sem dúvida alguma Milgram está certo, nós agimos de acordo com o que a situação pede. As vezes dependendo da situação passamos por cima inclusive de nossos princípios ...
Ainda dúvida disso ? 

Aposto que você jamais mataria alguém, certo ? 
Mas e se a vida do seu filho estivesse em jogo? Ainda assim não mataria para salvá-lo? 

É uma questão de sobrevivência, né ? Infelizmente .... Somos moldados a nos adaptarmos de acordo com a situação na qual estamos submetidos e é preciso muita coragem para se impor e ir contra a autoridade ou os princípios que você segue.



domingo, abril 24, 2016

A perturbadora ascensão do determinismo neurogenético

Boa noite.

Hoje vamos discutir sobre um texto chamado:  “A perturbadora ascensão do determinismo neurogenético”, Steven Rose.


Um ramo da ciência que tem feito grandes descobertas e ganhado cada vez mais relevância nas últimas décadas é a genética. Ideias antes possíveis apenas em histórias de ficção científica, como a clonagem, ganharam visibilidade com as pesquisas desenvolvidas nessa área, como é o caso da ovelha Dolly. No entanto, com o crescente êxito da genética surgiu a ideia de que todas as nossas características físicas e psicológicas são produtos dos nossos genes. É o que chamamos de determinismo neurogenético.
Essa visão reducionista enxerga tudo como sendo uma consequência da informação descrita no material genético. Comportamentos violentos, alcoolismo, temperamento, orientação sexual, características físicas e psicológicas como um todo são o resultado dos genes. Nessa visão, a influência do meio social é deixada de lado. Sabemos que os genes possuem uma grande influência na determinação de características físicas e uma certa influência em aspectos psicológicas, especialmente nos primeiros anos de vida. Entretanto, todas essas influências interagem com o meio em que nascemos e vivemos. Se nossos genes determinassem tudo o que somos, então gêmeos univitelinos (com o DNA idêntico), seriam exatamente iguais, física e psicologicamente. Entretanto, é comum encontrarmos gêmeos com personalidades completamente diferentes, muitas vezes chegando a ser até mesmo antagônicas. Uma boa análise científica do homem leva em consideração tanto aspectos objetivos como subjetivos.
Esse texto se mostra muito interessante, por criticar o determinismo neurogenético, reconhecendo a importância de estudos ligados à genética, mas expondo o quanto esses estudos poderiam ser melhor empregados caso fossem levados em conta, além dos fatores biológicos, os fatores sociais. O determinismo neurogenético não analisa a variedade existente entre um indivíduo e outro e considera que as pessoas cometem atos de violência, de desonestidade ou possuem algum tipo de distúrbio psicológico em razão de possuírem um gene para isso. Essa é uma perspectiva muito limitada e simplificadora, que não se mostra condizente com os inúmeros estudos já realizados acerca da influência do meio social sobre os indivíduos e do quanto esse meio, combinado ou não com a genética dos mesmos. pode vir a gerar determinados comportamentos nas pessoas.

Outra visão não condizente com esses estudos e adotada pelo determinismo é a de analisar o cérebro de forma separada do indivíduo, como se ambos não estivessem intimamente ligados e o primeiro não fizesse parte do segundo. Dessa forma, considera-se que o cérebro seria o detentor do comportamento perturbador ou do distúrbio psicológico, quando, na realidade, o indivíduo, como um todo, apresenta esse comportamento ou esse distúrbio psicológico. Não é possível, portanto, separar o cérebro do indivíduo, ambos fazem parte de um todo que apresenta determinado comportamento.

Acredito que há algumas falhas em toda essa ideologia, por exemplo: Quando um alcoólatra para de beber o que aconteceu com o seu "gene do alcoolismo"? Houve alguma mutação? Deixou de existir? Vários fatores influenciam a mudança de comportamento de uma pessoa, e não só o genético. Outro exemplo citado no texto fala sobre os gays. Um gay só seria gay porque tem um gene que o torna propenso a isso. Conheço gays que deixaram de ser gays e viraram heterossexuais e um hétero, pai de família, que se tornou homossexual. Então como essa teoria explicaria isso? Não vejo nenhuma resposta simples.  

    Não duvido que os genes tenham seu papel na constituição do nosso caráter, de nosso comportamento e de vários outros áreas que fazem parte do ser humano. Mas também não acredito que seja apenas o fator genético que vai influenciar nossas ações e maneira de ser. Existe uma gama maior de fatores que inter-relacionados determinam nossos comportamentos e personalidade. Fatores sociais, culturais e históricos também tem sua importância e penso que influenciam mais do que o genético.

Dessa forma, segundo meu ponto de vista, o fato de uma pessoa ser violenta, gay ou alcoólatra não é estritamente ligado aos genes que possui. Mas, mais que isso, tem uma relação forte com o modo que a sociedade é constituída.



quarta-feira, abril 20, 2016

AFINAL, O QUE VOCÊ EFETIVAMENTE MEDE QUANDO SUA AVALIAÇÃO É REFERENCIADA PELA DISTRIBUIÇÃO NORMAL ?

E aí, galera? Beleza?


Hoje o tema que iremos debater é algo que está presente, ou já esteve, no cotidiano de todos. Eu por exemplo ainda vivencio diariamente o assunto de hoje e muitas vezes só aceitamos o que nos é imposto ao invés de para para refletir um pouco.


Todos aqui já frequentaram uma escola pelo menos uma vez na vida, certo? Alguns concluíram ensino médio, faculdade, mestrado, doutorado e por aí vai ... Em cada etapa dessas você, eu e todos que passaram por ela fomos avaliados pelo tradicional método de avaliação baseado na curva gaussiana.  O texto "Afinal, o que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela distribuição normal?" se mostra bastante interessante, por trazer os conceitos de duas formas distintas de se avaliar o aluno, identificando a mais usada e discutindo as razões pelas quais essa não é a mais eficiente, apesar de ser a mais adotada. As duas maneiras de avaliação apresentadas são a avaliação referenciada por norma, que é a mais adotada pelas escolas, e a avaliação referenciada por critério. A avaliação referenciada por norma busca medir o desempenho do aluno em relação ao desempenho dos demais alunos da sala. Já a avaliação referenciada por critério busca medir o desempenho do aluno de acordo com o alcance de objetivos traçados anteriormente. Você pode estar se perguntando por que razão a avaliação referenciada por critério seria mais eficiente? Isso ocorre porque, Enquanto a avaliação referenciada por norma não mensura o que o aluno de fato aprendeu e sim o seu desempenho quando comparado ao grupo,  a avaliação referenciada por critério avalia o desempenho do aluno em relação aos pré-requisitos existentes para que esse compreenda os próximos conteúdos previstos.


Na minha opinião a maior dificuldade da avaliação é conseguir mensurar o quanto foi aprendido pelo estudante. Nem sei ao certo se a aprendizagem pode ser algo mensurável. O professor conseguir determinar o quanto um aluno aprendeu, internalizou, é algo bastante subjetivo. Porém, por convenção, padronizou-se que para um aluno ser considerado apto à concluir uma matéria ele precisa provar e expressar o que aprendeu por meio de uma avaliação. Foram desenvolvidas diversas metodologias para enfrentar esse desafio, mas, o método mais arraigado na nossa cultura ainda é o tradicional, aquele que usa a curva de Gauss, ou seja, torna a avaliação escolar uma comparação de alunos, talvez esse por ser mais fácil, barato e superficial. Mas o que realmente está sendo avaliado? Podemos perguntar em nossa sala mesmo quantos ainda lembram totalmente dos conteúdos do vestibular em que passaram ... pouquíssimo. Como garantir que estarei formando um profissional competente, se duas semanas após a prova ele não se lembra mas do conteúdo? Outra coisa que me chamou atenção foi a interferência do tempo nas avaliações. A gente não imagina como aquela ansiedade e o medo de não dar tempo podem interferir tanto na nota final. E esse é um dos pressupostos do outro método citado no texto, que ao invés da comparação e hierarquização do alunos, ele utiliza objetivos previamente determinados que os alunos deverão atingir, e utilizando o tempo que for necessário. A diferença na classificação das notas é espantosa, os alunos do método do critério tiram notas bem acima da do método da curva normal. Acredito que o maior problema enfrentado seja o tempo limitado que temos nas avaliações. Eu, por inúmeras vezes, passei por problemas com o tempo disponível para realização das avaliações, tanto na escola quanto em processos seletivos, por não conseguir concluir as avaliações em tempo hábil, e, assim, não ter um resultado tão bom, apesar de ter compreendido o conteúdo ministrado.

No segundo texto o método baseado em critério foi testado em uma faculdade de piracicaba. Alunos de odontologia fizeram um teste de limpeza bucal com alunos de um curso profissionalizantes, onde a técnica programada e individualizada foi utilizada. As características essenciais desta técnica é a possibilidade do aluno seguir seu ritmo próprio, exigência de resposta ativa e de feedback dos alunos e a aprendizagem dividida em unidades. O resultado foi: MUITOS ALUNOS APROVADOS E MUITAS NOTAS BOAS



Com base nos resultados observados, foi possível concluir que esse método foi muito eficiente e que, a partir dele, os alunos realmente aprenderam o conteúdo e foram submetidos a avaliações que, de fato, mediram o seu desempenho de acordo com o que eles haviam realmente compreendido do conteúdo proposto. Além disso eles conseguiram fazer com que 63,3% dos pacientes tivessem seus índices de limpeza bucal aumentados, além deles terem executado todos os procedimentos explicados pelos odontólogos.







Referências:

Afinal, o que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela distribuição normal? Boletim informativo do instituto de Física da USP. Click aqui para ter acesso ao texto.

Moraes, A. B. A. ; Vieira, R. C. ; Valvano, M. . (1981) Aplicação de um curso programado e individualizado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas

domingo, abril 17, 2016

Sobre ser são em lugares insanos.

Boa noite, pessoal.
Essa semana li um texto extremamente interessante, talvez o melhor até agora. Já pararam para pensar em como seria estar em plena sanidade mental, mas estar internado em uma clínica psiquiátrica?
Não ? Eu também não. Na verdade nem sabia que isso poderia ocorrer de forma tão simples.

O texto retrata uma experiência feita por um psicólogo e cientista chamado David Rosenhan nos anos 70. Basicamente ele decidiu testar se psiquiatras de hospitais eram completamente capazes de diferenciar uma pessoa sã de uma insana. Para isso, ele ligou para 8 amigos e perguntou se cada um estaria disponível no mês de outubro para realizar a experiência e incrivelmente os 8 aceitaram a proposta. Cada um foi para um hospital psiquiátrico diferente e todos retrataram estar com o mesmo sintoma: Ouvindo uma voz dizendo: Tum... Apenas mentiram nesse fato, seus nomes e suas profissões, o resto das perguntas na consulta foram respondidas de forma verídica.

Até esse momento no texto eu realmente tive dúvidas sobre a incapacidade dos psiquiatras erraram o diagnóstico, já que não haviam relatos nem em literaturas de que esse tipo de sintoma estivesse relacionado a algum tipo de insanidade. Mas enfim, continuei lendo ...

Rosenhan orientou cada um dos 8 participantes para que pudessem fingir que engoliram os remédios de tal forma a parecer que tinham tomado. 

Quando David chegou no hospital e relatou sua queixa sobre o "tum" imediatamente percebeu uma reação diferente do psiquiatra, talvez pelo fato de não haver relatos desse tipo de sintoma em pessoas com problemas de sanidade, mas mesmo assim ele foi levado à enfermaria e o avaliaram. O resultado disso tudo foram alguns dias internado, sem poder sair mesmo imediatamente dizendo que havia deixado de ouvir a voz e um diagnóstico de esquizofrenia paranoide! Dá pra acreditar ?  E pior, galera ... Além dele mais 7 foram diagnosticados com o mesmo problema e outro com psicose maníaco-depressiva. E pasmem, ele conta que os próprios pacientes perceberem que ele não possuía uma doença e não teria razão para está ali, já os médicos não tinham essa percepção. 

Realmente não dá para acreditar, né? Chega a ser desesperador! Imaginem quantas pessoas sãs foram internadas sem motivo algum sendo obrigadas a tomarem remédios desnecessários e passar por situações extremamente traumáticas.



Passado um certo tempo uma psicóloga chamada Lauren Slater, que não acreeditava muito no que Rosenhan havia feito, resolveu reproduzir a mesma experiência, afinal, tem gente que só acredita vendo, não é? Ela seguiu basicamente os mesmo passos dele e fez relatos de pelo menos 8 hospitais psiquiátricos. Na nova experiência as perguntas nunca duravam mais de 12 minutos, não questionam sobre o cotidiano dela, não perguntam se a voz que diz "tum" é do mesmo sexo que o dela e nem fazem o exame completo do estado mental e mesmo assim conseguiram diagnosticá-la como portadora de transtorno de estresse pós-traumático com quadro depressivo.

Parando pra pensar agora ... Quantas vezes você não confiou cegamente em seu médico? Por mais amena que fosse a situação. Nós temos a mania de achar que médicos não e na verdade a ideia é que eles não errem mesmo, afinal estão lidando com vidas. Quantas vezes por desatenção ou sei lá, qualquer besteira, você não possa ter recebido um diagnóstico errado?

Aconteceu comigo. No final de 2010 comecei a ter febre, visões turvas, fraquezas e quase desmaios ... Fui a diversos médicos até que cheguei em uma que afirmou com todas as letras que o que eu tinha era hepatite auto-imune.Isso arrasou minha família, afinal é uma doença que não tem cura ... Eu precisaria pegar remédio com o governo e todo mundo sabe o sofrimento que é depender disso. Enfim, ela disse que eu precisava fazer uma biópsia apenas para que fosse provado ao governo que eu tinha a doença para que liberassem a medicação ... Beleza, assim eu fiz ... Porém, nesse meio tempo, acabei indo em outro médico que revendo meus exames viu que eu tinha dengue. É isso mesmo, a minha médica havia deixado passar essa informação quando leu meus exames... Mas mesmo assim fiz a biópsia ... E adivinhem só .... 
Quando o resultado saiu deu negativo ! O que eu tinha era apenas dengue. Nem preciso dizer o quanto a médica ficou sem graça quando viu o resultado, né? 

Fiquei pensando na possibilidade de repetirem a experiência hoje em dia. Bem provavelmente os resultados se repetiriam, talvez com doenças diferentes. Mesmo sabendo que essas experiências vêm para  melhorar de alguma forma nós sabemos que os resultados seriam bem parecido ou piores.

Então, galera ... Fica a dica ! Procurem sempre uma segunda, terceira, quarta opinião ... Porque por mais que nós tenhamos médicos assim também temos uma minoria que realmente se importam e fazem seu trabalho de forma correta.



Se quiser ter acesso ao texto CLICK AQUI.

E você? Se considera são ? Faça o teste ... Rsrs