quarta-feira, abril 20, 2016

AFINAL, O QUE VOCÊ EFETIVAMENTE MEDE QUANDO SUA AVALIAÇÃO É REFERENCIADA PELA DISTRIBUIÇÃO NORMAL ?

E aí, galera? Beleza?


Hoje o tema que iremos debater é algo que está presente, ou já esteve, no cotidiano de todos. Eu por exemplo ainda vivencio diariamente o assunto de hoje e muitas vezes só aceitamos o que nos é imposto ao invés de para para refletir um pouco.


Todos aqui já frequentaram uma escola pelo menos uma vez na vida, certo? Alguns concluíram ensino médio, faculdade, mestrado, doutorado e por aí vai ... Em cada etapa dessas você, eu e todos que passaram por ela fomos avaliados pelo tradicional método de avaliação baseado na curva gaussiana.  O texto "Afinal, o que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela distribuição normal?" se mostra bastante interessante, por trazer os conceitos de duas formas distintas de se avaliar o aluno, identificando a mais usada e discutindo as razões pelas quais essa não é a mais eficiente, apesar de ser a mais adotada. As duas maneiras de avaliação apresentadas são a avaliação referenciada por norma, que é a mais adotada pelas escolas, e a avaliação referenciada por critério. A avaliação referenciada por norma busca medir o desempenho do aluno em relação ao desempenho dos demais alunos da sala. Já a avaliação referenciada por critério busca medir o desempenho do aluno de acordo com o alcance de objetivos traçados anteriormente. Você pode estar se perguntando por que razão a avaliação referenciada por critério seria mais eficiente? Isso ocorre porque, Enquanto a avaliação referenciada por norma não mensura o que o aluno de fato aprendeu e sim o seu desempenho quando comparado ao grupo,  a avaliação referenciada por critério avalia o desempenho do aluno em relação aos pré-requisitos existentes para que esse compreenda os próximos conteúdos previstos.


Na minha opinião a maior dificuldade da avaliação é conseguir mensurar o quanto foi aprendido pelo estudante. Nem sei ao certo se a aprendizagem pode ser algo mensurável. O professor conseguir determinar o quanto um aluno aprendeu, internalizou, é algo bastante subjetivo. Porém, por convenção, padronizou-se que para um aluno ser considerado apto à concluir uma matéria ele precisa provar e expressar o que aprendeu por meio de uma avaliação. Foram desenvolvidas diversas metodologias para enfrentar esse desafio, mas, o método mais arraigado na nossa cultura ainda é o tradicional, aquele que usa a curva de Gauss, ou seja, torna a avaliação escolar uma comparação de alunos, talvez esse por ser mais fácil, barato e superficial. Mas o que realmente está sendo avaliado? Podemos perguntar em nossa sala mesmo quantos ainda lembram totalmente dos conteúdos do vestibular em que passaram ... pouquíssimo. Como garantir que estarei formando um profissional competente, se duas semanas após a prova ele não se lembra mas do conteúdo? Outra coisa que me chamou atenção foi a interferência do tempo nas avaliações. A gente não imagina como aquela ansiedade e o medo de não dar tempo podem interferir tanto na nota final. E esse é um dos pressupostos do outro método citado no texto, que ao invés da comparação e hierarquização do alunos, ele utiliza objetivos previamente determinados que os alunos deverão atingir, e utilizando o tempo que for necessário. A diferença na classificação das notas é espantosa, os alunos do método do critério tiram notas bem acima da do método da curva normal. Acredito que o maior problema enfrentado seja o tempo limitado que temos nas avaliações. Eu, por inúmeras vezes, passei por problemas com o tempo disponível para realização das avaliações, tanto na escola quanto em processos seletivos, por não conseguir concluir as avaliações em tempo hábil, e, assim, não ter um resultado tão bom, apesar de ter compreendido o conteúdo ministrado.

No segundo texto o método baseado em critério foi testado em uma faculdade de piracicaba. Alunos de odontologia fizeram um teste de limpeza bucal com alunos de um curso profissionalizantes, onde a técnica programada e individualizada foi utilizada. As características essenciais desta técnica é a possibilidade do aluno seguir seu ritmo próprio, exigência de resposta ativa e de feedback dos alunos e a aprendizagem dividida em unidades. O resultado foi: MUITOS ALUNOS APROVADOS E MUITAS NOTAS BOAS



Com base nos resultados observados, foi possível concluir que esse método foi muito eficiente e que, a partir dele, os alunos realmente aprenderam o conteúdo e foram submetidos a avaliações que, de fato, mediram o seu desempenho de acordo com o que eles haviam realmente compreendido do conteúdo proposto. Além disso eles conseguiram fazer com que 63,3% dos pacientes tivessem seus índices de limpeza bucal aumentados, além deles terem executado todos os procedimentos explicados pelos odontólogos.







Referências:

Afinal, o que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela distribuição normal? Boletim informativo do instituto de Física da USP. Click aqui para ter acesso ao texto.

Moraes, A. B. A. ; Vieira, R. C. ; Valvano, M. . (1981) Aplicação de um curso programado e individualizado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas

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